desabafo...

É nestas alturas que eu odeio a escola, que odeio a vida de quem pensa que um dia tem de ser alguém!

Estou para aqui a tentar empinar isto, a perceber lógicas mas só queria ir para uma esplanada beber uma loira bem gelada, e falar de coisas fúteis, do mundial, de como é bom não fazer nada…

Mas depois penso que tenho cadeiras para fazer, exames para estudar…

Ir á praia, passear, ver caras estranhas, passear no meio de Lisboa sozinho com aquela sensação de sempre que ninguém me conhece, ninguém me diz nada…

As probabilidades, a estatística, as soluções aquosas, as rectas os gráficos a ligações…

Palmilhar as calçadas inclinadas, ate um qualquer miradouro e contemplar o infinito, ver o rio, sentir o vento refrescante na cara e pensar em quem me aquece por dentro,

podia apenas ter que fazer uma viagem qualquer, pegar no meu móbil e acelerar, devorar os quilómetros, sentir o motor a ranger a pedir mais, domar a máquina sentir-me um piloto por breves minutos, ignorar os limites de velocidade ouvir os pneus a assobiar de uma curva mais apertada, a adrenalina a subir, o ritmo cardíaco a disparar com as rotações…

Os alinfaticos, os aromáticos, os alilicos os compostos de que somos compostos e nos regulam…

E uma tarde agarrado a ti a ver um filme romântico, ou deitar-me na cadeira do chefe a ler poesia com um Pacman a rimar com o Virgul nas colunas, o Ace a que declara que todos os momentos são brilhantes diamante…

Ficar apenas contigo junto do peito, sentir a tua respiração na minha pele, ter-te presa nos meus braços, fazer planos sem pensar se podem ser ou não realizados, esquecer como tantas vezes que o relógio não para, que alguém está a minha espera ou que contava que já tivesse chegado porque apenas o que estou a fazer me faz esquecer o mundo, estar contigo ou com os outros meus amigos, tanta cara que não vejo a há algum tempo, tempo de mais… Pessoas a quem não tenho dado a tenção de outros tempos, que sei que têm coisas para partilhar, que em tempos idos já saberia, já teríamos dissertado o assunto….

Mas o dever chama mais alto, a necessidade empurra-me de novo para os livros e os papeis que tenho abertos na minha frente, faz-me fechar o Messenger, não ver os filmes que queria ver, não sentir o teu cheiro tanto tempo….

Lá vou eu outra vez, mas trago nos pensamentos tudo isto e vocês todos…